Mudança: Condição permanente da vida
Desde muito cedo, mudanças se mostram presentes na vida dos seres humanos: do embrião ao feto, do bebê à criança, da adolescência à fase adulta, do adulto ao idoso e, em cada uma dessas fases, há transformações gradativas. A natureza, por meio dos seres vivos, escancara esse desenvolvimento e os animais são bons exemplos do devir natural. E nós, seres humanos, de que maneira vivenciamos mudanças na vida?
Transformações físicas ou corporais podem ser facilmente percebidas, mas as mudanças psíquicas levam um tempo para serem compreendidas. O fato é que as mudanças nos mostram que nada é permanente, nos tiram da zona de conforto, daquilo que nos é familiar e conhecido, rompe com a sensação de onipotência e nos mostra como não controlamos o fluxo da vida. Tais transformações podem nos assustar gerando dificuldades, estranheza, medo, desconforto, insegurança, ansiedade, angústia, pânico e preocupações. Podemos nos apegar ao passado tornando-o ainda presente e dificultando o processo de “des” envolvimento, do deixar de se envolver com algo para abarcar outras situações, pessoas ou fenômenos.
Apesar de o novo, no primeiro momento, evocar medo, a possibilidade de mudar pode ampliar horizontes e nos oferecer diversas sensações, desde o temor até a euforia ou vitalidade, percebendo que podemos recomeçar e que este dinamismo reflete que estamos vivos. Nesse sentido, a psicoterapia pode encorajar o acesso a potencialidades antes nunca percebidas, novas ideias, sonhos, ideais, situações nunca experienciadas: um jeito inédito de perceber a vida e o mundo e, assim, nos redescobrir.